Sobre o texto: A Teoria do Não - Objeto.

De acordo com o texto proposto para leitura, a ser empregada como forma de direcionar a pesquisa de imagens, o não-objeto é "um objeto especial em que se pretende realizada a síntese de experiências sensoriais e mentais: um corpo transparente ao conhecimento fenomenológico, integralmente perceptível, que se dá a percepção sem deixar rasto. Uma pura aparência."

Assim, levando em consideração o conceito de não-objeto e as referências citadas no texto, escolhi as imagens seguintes:

PS: As imagens estão acompanhadas do texto em que foram retiradas as referências utilizadas, de forma a permitir melhor contextualização.

"Mas o cubo é tridimensional, ainda possui um núcleo, um dentro que era preciso consumir e isso foi feito pela fase dita sintética do movimento. Já então o que sobra do objeto é pouca coisa. E é com Mondrian e Malevitch que a eliminação do objeto continua."

(Mondrian)

(Malevich)

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"O caminho seguido pela vanguarda russa mostrou-se bem mais profundo. Os contra relevos de Tatlin e Rodchenko, como as arquiteturas suprematistas de Malevitch, indicam uma evolução coerente do espaço representado para o espaço real, das formas representadas para as formas criadas."

(Tatlin)

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"Romper a moldura e eliminar a base não são, de fato, questões de natureza meramente técnica ou física: trata-se de um esforço do artista para libertar-se do quadro convencional da cultura [...] obra aparece pela primeira vez livre de qualquer significação que não seja a de seu próprio aparecimento"

(Amilcar de Castro)

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"[...] se pode dizer de um quadro de Lygia Clark e uma escultura de Amílcar de Castro. Donde se conclui que a pintura e a escultura atuais convergem para um ponto comum, afastando-se cada vez mais de suas origens. Tornam-se objetos especiais - não-objetos - para os quais as denominações de pintura e escultura já talvez não tenham muita propriedade."
(Lygia Clark)

(Amílcar de Castro)

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"O não-objeto não se esgota nas referências de uso e sentido porque não se insere na condição do útil e da designação verbal." 

(Lygia Clark)

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"A) Nesse caso, uma natureza morta é também um não-objeto. 
 B) Não. Um objeto representado é quase-objeto: é como se fosse um objeto: ele se desprende da condição de objeto, mas não atinge a de não-objeto: é, com referência ao objeto real, um objeto fictício"

(quase-objeto ≠ não-objeto)

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"O mesmo se da com os trabalhos do grupo neoconcreto e daí o nome de não-objeto. Acredito que uma arte realmente não-representativa repele as noções acadêmicas de gênero artístico. O próprio conceito de arte vacila, se não o tomamos na acepção fundamental de experiência primeira."

(Ferreira Gullar)

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"O não-objeto reclama o espectador (trata-se ainda de espectador?), não como testemunha passive de sua existência, mas como a condição mesma de seu fazer-se. Sem ele, a obra existe apenas em potencia, a espera do gesto humano que a atualize."

(Amilcar de Castro)


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